Desenvolvimento sobre Trilhos: O Potencial Transformador da Malha Ferroviária em Goiás com o PAC 3

A revitalização da malha ferroviária goiana ganha destaque com o lançamento do PAC 3. Descubra como os investimentos de R$ 2,8 bilhões estão impulsionando a reconstrução, promovendo uma logística mais eficiente e tornando Goiás uma rota estratégica para a exportação e importação.

A malha ferroviária de Goiás é composta pela Ferrovia Norte-Sul (FNS), que corta o estado realmente de norte a sul, gerando o potencial da criação de novas ferrovias a partir desta, ramificando-se para o interior a malha ferroviária. Em Mara Rosa, Goiás, a construção da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO) está em andamento, sentido Mato Grosso, interligando-se com a FNS.

Próximo à capital, em Senador Canedo, há um ramal ferroviário que até pouco tempo atrás transportava combustível para a Transpetro (empresa de transporte e logística de combustíveis). Tal ramal faz parte da malha, atualmente operada pela VLI (VLI Multimodal S.A.), que interliga Goiás e Brasília ao Triângulo Mineiro. De acordo com o especialista em infraestrutura e superestrutura ferroviária, George Wilton, essa malha ferroviária (em bitola métrica) poderia ser recuperada e melhor aproveitada.

Em Anápolis, na região do pátio ferroviário da FNS, ambas as malhas ferroviárias, tanto da bitola métrica como da larga, praticamente se encontram, tornando a região potencial para a construção de um grande entrocamento ferroviário e transbordo de carga entre diferentes bitolas no Brasil. Bitola é a largura prevista para distanciar as faces interiores das cabeças dos trilhos. Confira abaixo uma ilustração da malha ferroviária em Goiás.

Com o lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 3) em agosto, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) definiu uma tarefa desafiadora: a reconstrução da rede ferroviária brasileira, pioneira no conceito intermodal, ao possibilitar a integração dos modais hidroviário, rodoviário e ferroviário.

Em Goiás, serão R$ 14,2 bilhões investidos em obras de construção, adequação e restauração de rodovias e ferrovias, sendo R$ 2,8 bilhões destinados à malha ferroviária. Como prioridade, está a construção da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste – Fico 1.

A integração Centro-Oeste tem como objetivo: estabelecer alternativas mais econômicas para os fluxos de carga de longa distância; favorecer a multimodalidade; interligar a malha ferroviária brasileira; propor nova alternativa logística para o escoamento da produção agrícola e de mineração para os sistemas portuários do Norte e Nordeste; e incentivar investimentos, que irão incrementar a produção e induzir processos produtivos modernos.

Com 383 km de extensão, o trecho da Ferrovia de Integração Centro-Oeste que começa na Ferrovia Norte-Sul em Mara Rosa (GO) e vai até Água Boa (MT) escoará a produção de grãos (soja e milho) da região, uma das maiores produtoras de soja do Brasil, em direção aos principais portos do país.

Goiás será rota obrigatória, tanto para cargas sentido exportação ou importação. O estado está situado no coração da FNS, uma verdadeira espinha dorsal ferroviária, que ligará por ferrovias todas as regiões do Brasil. Inevitavelmente, isso criará (e já está criando) novos empregos, e toda uma cadeia produtiva, geração de impostos e consequentemente maior progresso para a região Centro-Oeste

Fonte: Jornal Opção